domingo, 1 de agosto de 2010

cavalos turísticos de Petrópolis serão monitorados por chip

Os cavalos de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, passarão a ser monitorados por microchips eletrônicos. Uma das principais atrações do local, as "vitórias" - réplicas de carruagens imperiais do século 19 - tornaram-se a primeira oferta turística com animais controlados pelo mecanismo no País. Ao todo, 50 cavalos mestiços e mangalargas, que se revezam em 16 charretes, já foram microchipados. O objetivo é monitorar a saúde dos animais, evitar maus-tratos e, no futuro,controlar até sua carga horária de trabalho.

Os equipamentos, de 12 mm e 0,06 g, são inseridos sob a pele dos animais e contêm uma combinação de números que remete a uma ficha com dados como peso, raça, idade, estado de saúde, filiação, calendário de vacinas e identificação dos donos. O objetivo é que os equipamentos possam até denunciar o excesso de trabalho exigido pelos proprietários. "É como um código de barras, que possibilita um acompanhamento permanente da tropa", afirmou Ana Cristina Ribeiro, presidente da ONG Anima Vida.

Se alguma doença for constatada e não tratada ou se houver maus-tratos e abandono, a prefeitura poderá cassar a licença do responsável, que corre o risco de ser enquadrado na Lei de Crimes Ambientais, que prevê multas e prisão de até um ano. A microchipagem pede ainda controle da fiscalização da folga semanal dos animais; a contratação de veterinários; vedação de itinerários em locais íngremes; determinação de capacidade máxima de até cinco passageiros; colocação de placas nas carruagens e a instituição de baias longe do burburinho urbano, para que os cavalos descansem nos dias de folga.

As medidas agradaram aos turistas. "Os animais merecem melhores condições de trabalho", disse o visitante Flávio Silveira. A recém-fundada Associação Petropolitana dos Condutores de Veículos de Tração Animal também fiscalizará os microchips. "Temos que preservar a tradição dos passeios, que começaram na década de 40", afirmou Roberto Borges, presidente da entidade, que tem 16 charreteiros.